Saio em silêncio do meio da aldeia em festa, passo pelo meu pai e sigo à procura da solidão. Os finais de tarde aqui são mágicos. Ouvem-se os pássaros a refugiarem-se, os grilos, os arbustos que mexem secretamente, o ar fresco que cai e nos envolve... o cheiro a oxigénio de Verão, a vida emanada da Terra verde... e o meu peito dói. Aperta-se tanto quando penso em mim... ao longe o sino toca e avisa o fim do dia. Tenho à frente as minhas batalhas, as minhas desgraças, os meus sonhos. Tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar. Queria tanto chorar... e não parar... ficar aqui neste canto do Mundo e não saber que o outro Mundo existe... a crueldade e o desamparo para quem nos deu a vida... este Mundo não é meu!... Como tu James disseste ao teu público:
"Dói-me tanto!... quer dizer um pouco só... afinal isto até não é nada... mas a mim dói-me tanto!..." (os gritos de agonia enchiam a sala e os nossos corações
Vivemos num cartel de droga e manipulamos orgãos... é como tudo na vida... manipulamos os orgãos, vendemo-los, enganamos, somos enganados... deixamos a nossa dignidade escorrer pelas pernas abaixo, para dentro do mais reles esgoto... vendemos a nossa própria mãe pelo dinheiro, PODER!
"... e dói tanto!..."
Meu caro James, claro que dói... tu és feito de sangue, de alma como todos os outros outrora foram feitos!... Quando reparamos chegamos ao fim e vemos o quanto estivemos mortos, o quanto repudiamos e saqueamos a vida em troca de uns tostões... e no fim somos um sem número de vozes a ecoar perante as paredes surdas do Paraíso que nunca soubemos existir.
"Mas dói tanto!... cá dentro!... isto leva-me à loucura! (e o teu rastejar será que se ouviu?)
Não se ouve mais nada. Um tiro acabou-lhe com o som agonizante... e agora?! O que fazemos? Somos tão poucos... Criamos Mundos sós e neles escondemos a nossa alma...
PARABÉNS MESTRE, PARABÉNS CONTRA-SENSO!! Mostraram-me outra maneira de sentir!...
Abraços e até um dia, em qualquer outro ponto de outro Mundo!
Um comentário:
O Banalizar da Morte
Saio em silêncio do meio da aldeia em festa, passo pelo meu pai e sigo à procura da solidão. Os finais de tarde aqui são mágicos. Ouvem-se os pássaros a refugiarem-se, os grilos, os arbustos que mexem secretamente, o ar fresco que cai e nos envolve... o cheiro a oxigénio de Verão, a vida emanada da Terra verde... e o meu peito dói. Aperta-se tanto quando penso em mim... ao longe o sino toca e avisa o fim do dia.
Tenho à frente as minhas batalhas, as minhas desgraças, os meus sonhos. Tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar. Queria tanto chorar... e não parar... ficar aqui neste canto do Mundo e não saber que o outro Mundo existe... a crueldade e o desamparo para quem nos deu a vida... este Mundo não é meu!... Como tu James disseste ao teu público:
"Dói-me tanto!... quer dizer um pouco só... afinal isto até não é nada... mas a mim dói-me tanto!..." (os gritos de agonia enchiam a sala e os nossos corações
Vivemos num cartel de droga e manipulamos orgãos... é como tudo na vida... manipulamos os orgãos, vendemo-los, enganamos, somos enganados... deixamos a nossa dignidade escorrer pelas pernas abaixo, para dentro do mais reles esgoto... vendemos a nossa própria mãe pelo dinheiro, PODER!
"... e dói tanto!..."
Meu caro James, claro que dói... tu és feito de sangue, de alma como todos os outros outrora foram feitos!... Quando reparamos chegamos ao fim e vemos o quanto estivemos mortos, o quanto repudiamos e saqueamos a vida em troca de uns tostões... e no fim somos um sem número de vozes a ecoar perante as paredes surdas do Paraíso que nunca soubemos existir.
"Mas dói tanto!... cá dentro!... isto leva-me à loucura! (e o teu rastejar será que se ouviu?)
Não se ouve mais nada. Um tiro acabou-lhe com o som agonizante... e agora?! O que fazemos? Somos tão poucos... Criamos Mundos sós e neles escondemos a nossa alma...
PARABÉNS MESTRE, PARABÉNS CONTRA-SENSO!! Mostraram-me outra maneira de sentir!...
Abraços e até um dia, em qualquer outro ponto de outro Mundo!
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